Ficha técnica: A Rapaziada e um Release


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Pois é, no final do ano 2009, depois de parado desde 1995,  o Grupo Vissungo fez uma fugaz volta aos palcos e está seguindo agora, de novo já em 2011. A nosso nova história é bem curta ainda (leia matéria neste link) e você está convidado a participar dela, engordando o nosso currículo.

Por enquanto vá se informando com este papo aí de baixo:

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Um Release

Em 1975 foi criado no Rio de Janeiro um grupo musical chamado Grupo Vissungo. O quarteto era formado pelos irmãos Spírito Santo e Lula Espírito Santo e Carlos ‘Codó’ Brito, filho do grande violonista Clodoaldo Brito, o ‘Codó’ – professor emérito de muita gente boa, tal como João Gilberto, Caetano Veloso, Egberto Gismonti e Gilberto Gil.

A proposta do Vissungo era a de construir uma música negra brasileira moderna, a partir da similaridade evidente existente entre a cultura negra tradicional do Brasil e o que, em termos musicais, ocorria na África contemporânea, principalmente na Nigéria, terra de Fela Kuti, mas também em Angola, e Moçambique, onde florescia uma música também moderna, de intenções políticas libertárias, no contexto das lutas contra o colonialismo.

Aprofundando sua pesquisa de campo o grupo passou a exercer a difusão da música africana, tanto em seus aspectos originais quanto em sua expressão chamada de afro-brasileira se ligando a figuras essenciais desta corrente como Clementina de Jesus e João do Valle, ícones da década anterior lançados nos shows ‘Opinião’ e ‘Rosa de Ouro’ e nesta ocasião amargando o ostracismo) e um pouco mais tarde, a Aniceto ‘do Império Serrano‘, figura histórica do samba carioca mais profundo e um dos maiores especialistas em Partido Alto.

Em meados da década de 80, o Vissungo entra enfim no mercado fonográfico, a partir da autoria, junto com Wagner Tiso, da premiada trilha sonora do filme Chico Rei de Walter Lima Júnior (veja nota abaixo), único disco na trajetória do grupo que participou também nesta época como convidado especial nos discos de carreira de Milton Nascimento (‘Encontros e despedidas)’; Wagner Tiso (‘Branco & Preto/Preto & Branco’) e Tetê Espíndola (‘Gaiola’).

<em>..”O épico Chico Rei deu continuidade ao projeto de um cinema histórico mais atento às elaborações mitológicas que ao rigor das versões acabadas. Lima Jr. usa a história do primeiro escravo a se tornar dono de ouro no Brasil para investigar as suas próprias raízes negras.

O Grupo Vissungo, em sua fusão de arte e militância, teve papel decisivo na formatação sonora do filme, que ainda mobilizou ícones da música negra brasileira como Milton Nascimento, Clementina de Jesus, Naná Vasconcelos e Geraldo Filme. “

Trecho do artigo “um cinema que quer ser música”
de Carlos Alberto Mattos Publicado na revista Veredas (CCBB/Rio,

É nesta ocasião que o grupo decide se radicar em Viena, Austria, se recompondo com músicos locais, entre os quais o guitarrista vienense Claudius Jelinek, o baixista uruguaio Pablo Solanas e o percussionista senegalês Jimmy Wolof.

O dia 5 de Novembro de 1995, num espetáculo na Sala Cecília Meirelles, em comemoração ao mês de Zumbi de Palmares marca o retorno ao Brasil. Para sua nova formação, o grupo recorreu a uma incrível fonte musical, impensável nos anos 70/80: um núcleo de jovens músicos negros, o Centro Cultural Donana, na Baixada Fluminense. De lá vieram Lauro ‘Biko’ Farias, baixo (depois no ‘O Rappa’), Reinaldo Amancio (ex- ‘Cabeça de Nego’), além do fabuloso batera Jahir Soares, decano do ‘reggae raiz’ carioca. Integraram também o Vissungo, neste seu ‘último’ espetáculo, Welington Coelho (Farofa Carioca) e Paulão Menezes (Bia Bedran).

Ah… e não perca aqui neste link o sensacional banco de imagens de toda a história do Vissungo

O Grupo Vissungo 2011 é:

SPIRITO SANTO – Vocal solo, marimba, kalimba e percussão
LULA ESPIRITO SANTO – Violão e vocal
SAMUKA de JESUS – Percussão e vocal
JAHIR SOARES – Batera
LERI MACHADO- Baixo
REINALDO AMANCIO- Guitarra
JUNIOR CRISPIM – Percussão
CARLOS CODÓ (In memorian)

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